A ARTE é uma manifestação do espírito humano que se encontra latente em cada um de nós e que é expressão das nossas capacidades criativas. Ela manifesta-se em várias formas e desperta em nós estados emocionais que são o seu resultado imediato e seu propósito primário. Além disto ela é também forma de comunicação e transmissão de ideias. Por vezes provocatória pode mudar a Humanidade e gerar revoluções.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Dia do Artista Plástico




O dia do artista plástico é comemorado em 8 de maio, em homenagem ao artista José Ferraz de Almeida Júnior, que nasceu no mesmo dia, no ano de 1851, na cidade de Itu, no interior de São Paulo. Considerado pintor e desenhista brasileiro, precursor da abordagem de temática regionalista, introduziu, na arte acadêmica, personagens simples e anônimos, retratando a cultura caipira.





Moça com livro, sem data. museu de arte de São paulo

Progressivamente substitui temas bíblicos, alegorias românticas ou nacionalista dos pintores da Academia, aproximando-se do ser humano comum. A adoção do rigor acadêmico no desenho e na anatomia, em favor de um naturalismo, auferiu-lhe a posição de precursor do Realismo, na história da arte brasileira.





Apóstolo São Paulo, 1869- Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária, Itu.


Almeida Júnior participou de quatro edições do Salon de Paris, entre 1879 e 1882. É desse período que datam algumas de suas maiores obras-primas, como O Derrubador Brasileiro e Remorso de Judas (Salon de 1880), A Fuga para o Egito (Salon de 1881) e O Descanso do Modelo (Salon de 1882). Outras obras emblemáticas do período francês do pintor são Arredores de Paris e Arredores do Louvre, além de, possivelmente, um conjunto de dezesseis telas retratando o bairro de Montmartre, cuja localização é atualmente desconhecida.Em 1876, durante uma viagem ao interior paulista, o ImperadorD. Pedro II, impressionado com seu trabalho, ofereceu pessoalmente a Almeida Júnior o custeio de uma viagem a Europa, para aperfeiçoar seus estudos.






Arredores do Louvre, 1880- Automóvel Clube, São Paulo


Almeida Júnior permaneceu em Paris até 1882. Nesse ano, fez uma breve viagem à Itália, onde teve contato com os irmãos Rodolfo e Henrique Bernardelli..



Fuga para o Egito, 1881-Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro


De volta ao Brasil em 1882, Almeida Júnior realiza sua primeira mostra individual na Academia Imperial de Belas Artes, exibindo sua produção parisiense. .




O descanso do modelo, 1882- Museu Nacional de Belas Arte, Rio de Janeiro


No ano seguinte, abre seu ateliê na rua da Glória, em São Paulo, por meio do qual irá contribuir para a formação de novas gerações de pintores, dentre os quais, Pedro Alexandrino. Em São Paulo, Almeida Júnior promoveu vernissages exclusivas para a imprensa e potenciais compradores. Executou retratos de barões do café, de professores da Faculdade de Direito de São paulo e de partidários do movimento republicano, além de paisagens e pinturas de gênero. Sua atuação como artista consagrado em São Paulo contribui decisivamente para o amadurecimento artístico da capital paulista.





Caipiras negaceando, 1888 Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro

Em 1884, expõe novamente suas telas do período parisiense na 26ª Exposição Geral de Belas Artes da AIBA que foi a última e certamente a mais importante exposição realizada no período imperial.Em  1884, o pintor recebe o título de Cavaleiro da Ordem da Rosa, concedido pelo governo imperial. No ano seguinte, recusa o convite de Victor Meirelles para ocupar sua vaga de professor de pintura histórica da Academia, permanecendo em São Paulo. Entre 1887 e 1896, realiza outras três viagens à Europa, a última delas em companhia de seu discípulo, Pedro Alexandrino, então agraciado com uma bolsa de estudos do governo paulista.


(Tela- Caipiras negaceando, 1888 Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro)

No seu último período, Almeida Júnior irá progressivamente substituir os temas bíblicos e históricos pelas obras de temática regionalista, justamente as que lhe granjeariam no futuro sua posição de precursor do Realismo na história da arte brasileira.
Em pinturas como Caipira Picando Fumo (1893), Amolação Interrompida (1894) e O Violeiro (1899), o artista revela seu desejo de aproximar-se do cotidiano do homem do interior, distanciando-se das fórmulas generalistas da pintura acadêmica e aproximando-se cada vez mais da abordagem pictórica naturalista. Não obstante sua nova orientação estilística, seu prestígio permanece inconteste na Academia, que expõe obras de sua fase regionalista (Leitura e Piquenique no Rio das Pedras,(1892) e lhe concede a medalha de ouro por A Partida da Monção (1894), exposta no Salão de 1898.





O Violeiro, 1899- Pinacoteca do Estado, São Paulo





Caipira Picando Fumo, 1893 - Pinacoteca do Estado de São Paulo.

Almeida Júnior morreu precocemente, aos 49 anos, em 13 de novembro de 1899. Foi apunhalado em frente ao Hotel Central de Piracicaba, hoje já demolido, por José de Almeida Sampaio, seu primo e marido de Maria Laura do Amaral Gurgel, com quem o pintor manteve um relacionamento secreto por vários anos.






Saudade, 1899 Pinacoteca de São Paulo



(O Derrubador Brasileiro, 1879 -Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro
Almeida Júnior é considerado um importante "pintor do nacional" por uma parcela da crítica brasileira, por retratar em muitas de suas obras o caipira paulista. Também a forma como trata seus temas, distanciando-se das alegorias românticas ou do ufanismo nacionalista histórico dos pintores da Academia, aproximando-se do ser humano comum, leva alguns críticos a traçarem uma semelhança de sua obra com a do pintor francês Gustave Courbet, artista cuja obra Almeida Júnior teria visto em suas viagens para a Europa. Também é digno de nota que na mesma época que Almeida Júnior esteve na França, o movimento impressionista estava em plena atividade, no entanto, não causou nenhum entusiasmo no pintor brasileiro, que não adotou nenhum elemento dele.
O clareamento da paleta e a adoção da luz brasileira não o fizeram abandonar, no entanto, o rigor acadêmico com o desenho e a anatomia.



Leitura, 1892 - Pinacoteca do Estado, São Paulo


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